Clube do Livro – Venha Andar Sobre as Águas #73

Capítulo 1

“Em cada caso, Deus precisava chamar a atenção do povo – por intermédio de uma sarça em chamas, do vento, do fogo ou caminhando sobre as águas. Deus iria chamar a cada uma dessas pessoas para fazer algo extraordinário. Em cada situação, a pessoa que Deus chamou sentiu medo. Mas toda vez que essa pessoa disse sim a seu chamado, experimentou o poder de Deus em sua vida.”

“Dale Bruner observa que ‘de acordo com as Sagradas Escrituras, o limite humano é o lugar mais frequente de encontro com Deus.”

“Seu barco é qualquer coisa que represente segurança e proteção para você, exceto o próprio Deus. Seu barco é tudo em que você se sente tentado a confiar, ainda mais quando a vida fica turbulenta. Seu barco o mantém tão confortável que você não quer abrir mão dele, mesmo que o impeça de juntar-se a Jesus sobre as ondas. Seu barco é tudo que o afasta da grande aventura do discipulado a toda prova. Quer saber qual é seu barco? Seu medo lhe dirá.”

“Aqui está uma verdade profunta a respeito de andar sobre as águas: O medo nunca irá embora. Por quê? Porque toda vez que eu quiser crescer, terei de avançar por um território novo, aceitar desafios novos. E sempre que fizer isso, experimetarei medo de novo. Como escreve Susan Jeffers: ‘O medo nunca irá embora enquanto eu estiver crescendo.'”

“O fracasso não é um acontecimento, mas o julgamento que se faz de determinado acontecimento. O fracasso não é algo que nos acontece nem um rótulo que prendemos às coisas, É um modo de pensar o resultado final de nossos atos.”

“Na verdade, sou da seguinte opinião: havia onze fracassos bem maiores sentados naquele barco. Fracassaram em silêncio. Em segredo. Ninguém percebeu, ninguém comentou, ninguém criticou. Só Pedro conheceu a vergonha de fracassar em público. Todavia somente Pedro conheceu outras duas coisas: a glória de andar sobre as águas e o que significava tentar o que lhe seria impossível sozinho – para então experimentar a euforia de receber o poder de Deus para fazê-lo. (…) Também só Pedro conheceu a glória de ser erguido por Jesus em um momento desesperador. (…) O pior fracasso não é afundar nas águas. O pior fracasso é nunca sair do barco.”

“Somos propensos a buscar um mundo de conforto. Tentamos construir vidas administráveis com um mínimo de segurança e previsibilidade, de forma a manter a ilusão de termos tudo sob controle. Então Deus ‘passa por nós’ e transtorna tudo. O chamado para sair do barco implica crise, oportunidade, fracasso muitas vezes, medo outras tantas, sofrimento de vez em quando e sempre uma tarefa grande demais para nós. Mas não existe outro modo de desenvolver a fé e nos tornarmos parceiros de Deus.”

Capítulo 2

“São padões de comprtamento pecaminosos nunca confrontados e mudados, habilidades e dons nunca cultivados e aperfeiçõados – até que semanas se transformam em meses e meses em anos, e um dia você olha para trás, para uma vida de conversas absolutamente sinceras, profundas e íntimas que nunca teve; orações audazes que nunca fez, riscos revigorantes que nunca correu, ofertas sacrificiais que nunca apresentou, vidas que nunca tocou, e está sentado em uma espreguiçadeira com a alma encolhida, e sonhos esquecidos, e percebe que há um mundo de necessidades desesperadas, e um grande Deus convocando-o para fazer parte de algo maior que você mesmo – vê a pessoa em que poderia ter se tornado mas não se tornou; pois nunca atendeu a seu chamado. Você nunca saiu do barco.”

Capítulo 3

“Frederich Buechner escreve que chamado é ‘o lugar onde sua profunda alegria se encontra com a profunda necessidade do mundo’.”

“Chamado é coisa que se descobre, não que se escolhe. A palavra ‘vocação’ vem do termo latino para ‘voz’. Descobri-la implica ouvir com atenção. Às vezes as pessoas falam em ‘escolher seu chamado’, mas isso seria um paradoxismo. A idéias de um chamado foi toda extraída das Escritudas onde, repetidas vezes Deus convoca alguém para realizar sua obra. Pressupõe a existência de um convocador e um convocado. Você e eu somos convocados, e Deus é o convocador.”

“… um dos mandamentos das Escrituras mais difíceis de obedecer encontra-se na afirmação de Paulo, quando ele diz que devemos ter de nós mesmos um ‘conceito equilibrado’. Fazer uma avaliação correta de minhas paixões, meus dons e meus limites é um dos grandes desafios da vida. Em parte, esse mandamento exige uma tremenda consciência de mim mesmo. Mas também é provável que eu precise da ajuda de outros, para detectar e vencer meus pontos cegos.”

“As Escrituras estão cheias de pessoas escravizadas, capturadas e exiladas, lançadas na prisão. A trajetória profissional dessa gente não parecia promissora. Mesmo assim, cumpriram seu chamado de maneira extraordinária. O faraó tinha uma carreira profissional – Moisés, um chamado. Potifar tinha uma carreira profissional – José, um chamado. Hamã tinha uma carreira profissional – Ester, um chamado. Acabe tinha uma carreira profissional – Elias, um chamado. Pilatos tinha uma carreira profissional – Jesus, um chamado.”

Capítulo 4

“Nunca tente ter mais fé – apenas procure conhecê-lo melhor. Como Deus é fiel, quanto melhor o conhecer, mais você confiará nele.”

“Fico impressionado de ver como as histórias de pessoas que andam sobre as águas – seja nas Escrituras, seja na vida real – quase sempre envolvem oração. Alguma coisa na atitude de sair do barco transforma as pessoas em adeptos intensos dessa prática, pois têm consciência de que são incapazes de realizar grande coisa sem a ajuda de Deus.”

“Eis uma pergunta poderosa que me fazem há muitos anos, com o intuito de me ajudar a determinar se já saí do barco em uma área qualquer de minha vida: ‘O que você está fazendo que não poderia ser feito sem a ajuda do poder de Deus?'”

Capítulo 5

“O Senhor não poupou José de ser preso. Alías, o Senhor parece não poupar muito seus filhos. Porém o Senhor estava ali com ele – como está com você.”

Citação do livro “O homem em Busca de um Sentido” do autor Viktor Frankl:
“Nós que vivemos em campos de concentração lembramo-nos dos homens que passavam de barraca em barraca confortando as pessoas, dando-lhes seu último pedaço de pão. Podem ter sido poucos em quantidade, mas são prova suficiente de que o homem pode ser privado em tudo, menos de uma coisa: a última das liberdades do ser humando – a possibilidade de optar por uma atidude, de escolher um modo de agir, quaisquer que sejam as circunstâncias. O modo pelo qual o homem aceita seu destino e todo o sofrimento que o acompanha, o modo como ele toma sua cruz, lhe propicia oportunidade mais que suficiente – mesmo nas circunstâncias mais difíceis – de acrescentar um sentido mais profundo à própria vida.”

Capítulo 6

“Acho que Deus diz ‘não tenha medo’ com tanta frequência porque o medo é o motivo número um pelo qual os seres humanos são tentados a evitar fazer aquilo que ele pede. O medo é a principal razão pela qual as pessoas se recusam a sair do barco.”

“Se o medo só acontecesse quando de fato necessário – quando você está prestes a ser atropelado por um caminhão ou perseguido por um maníaco assassino – não teríamos com que nos preocupar. O problema é que, para a maioria de nós, o medo surge quando não pode ajudar em nada e sem que ninguém o tenha convidado. Pode estar relacionado a coisas que na verdade não me ameaçam e pode me deixar paralisado, em vez de me fazer agir. Em alguns casos, o medo passa de esporádico a habitual. Quando isso acontece, deixamos de estar preocupados para sermos preocupados. A preocupação é uma forma especial de medo. A distinção tradicional diz que o medo é provocado por fontes externas, ao passo que a preocupação ou ansiedade é produzida no interior. No entando, ambas originam as mesmas reações físicas. A preocupação é o medo que desfez as malas e assinou um longo contrato de locação. Ela nunca vai embora por decisão própria – tem de ser desalojada.”

“O medo lhe custará o seu destino – um preço alto demais a ser pago.”

Capítulo 7

“É na caverna que Deus realiza algumas de suas melhores obras, moldando e dando forma a vidas humanas. Às vezes, quando todos os suportes e muletas da vida lhes são arrancados e você vê que só lhe restou Deus, descobre que Deus é o bastante. Às vezes, quando seus piores medos relacionados a incapacidade são confirmados e não lhe sobra lugar, você experimenta o alívio de saber que tudo bem, não há problema em ser incapaz, por Deus quer que seu poder flua por meio da fraqueza. Às vezes, a caverna é lugar de encontro com Deus, por ele cria suas melhores obras nas cavernas.”

“A caverna do fracasso nos proporciona uma chance valiosa de aprender. Mas temos de estar dispostos a fazer perguntas corajosas:

• Será que estou perseguindo o sonho certo?
• Aquilo que persigo é coerente com o chamado de Deus para minha vida?
• Trabalho para cumprir o propósito para o qual Deus me fez, ou para satisfazer minha necessidade de parecer importante?
• Estou disposto a permanecer na caverna se isso significa fidelidade a Deus?”

“E então depositaram seu corpo em um sepulcro cavado na rocha. Uma caverna. Foi o maior erro que cometeram. O corpo ficou ali dentro três dias. Não conseguiram mantê-lo por mais tempo. Esqueceram que Deus faz algumas de suas melhores obras nas cavernas. A caverna é onde Deus ressuscita coisas mortas.”

Capítulo 8

“A esperança tirou Pedro do barco. A confiança o sustentou. O medo o afundou. Tudo girou em torno de sua concentração no Salvador ou na tempestade.”

“Quando voltamos a atenção mais para a natureza assustadora da tempestade que para a presença impressionante de Deus, é sinal que estamos encrencados.”

Capítulo 9

“Esperar é, por natureza, algo que só o humilde pode fazer com graça. Quando esperamos por alguma coisa, reconhecemos que não estamos no controle.”

“E então me ocorreu: há uma experiência pela qual Jesus nunca passou! Ele conheceu praticamente todas as emoções humanas – tristeza, alegreia, dor. Sentiu-se cansado, com raiva, cheio de esperança. Mas tem uma coisa que ele não experimentou: nunca ficou fora de si. Nunca entrou em pânico. Naquele momento, percebi que Deus jamais se desespera. Às vezes, as pessoas falam sobre reconhecer a voz de Deus quando ele lhes fala. Não entendo muito bem desse assunto. Mas sei que se aprende a reconhecer a voz de uma pessoa pela experiência – por causa do tom e de características específicas. A voz de Deus nunca é frenética. Quando você ouvir pensamentos desesperados, saiba que não é Deus falando. Pode esperar em confiante humildade.”

Capítulo 10

Citação de Blaise Pascal:
“Senhor, ajuda-me a fazer coisas grandes como se fossem pequenas, já que as faço pelo teu poder; e coisas pequenas como se fossem grandes, já que as faço em teu nome.”

“Vivemos em estado constate de medo e ansiedade, pois tudo depende de nós. Nosso humor é governado pelas circunstâncias. Vivemos em um universo que nos deixa vulneráveis demais. Quando temos a chance de compartilhar nossa fé nos retraímoas – e se formos rejeitados ou não encontrarmos as palavras certas? Tudo depende de nós. Não podemos ser generosos porque nossa estabilidade financeira depende de nós. Quando precisamos abordar alguém com palavras duras ou lançar-lhe um desafio, tendemos a evitar ser duros demais. Isso porque, se não vivemos seguro de sermos aceitos por um Deus grande, tornamo-nos escravos do que os outros pensam a nosso respeito. (…) Quando os seres humandos encolhem a Deus, fazem orações sem fé, obras sem paixão, serviços sem alegira, sofrimentos sem esperança – o resultado é o medo, o retrocesso, a perda da visão e o fracasso em perseverar.”

“Tenho de adorar porque sem isso posso esquecer que há um grande Deus ao meu lado e passar a viver com medo. Tenho que adorar poque sem isso posso esquecer do seu chamado e começar a viver em um espírito de preocupação exclusiva comigo mesmo. Tenho de adorar porque sem isso perco a noção de maravilhamento e gratidão, e sigo pela vida afora com uma venda nos olhos. Tenho de adorar porque minha tendência natural é perder para a autoconfiança e a independência obstinada.”

“No livro Príncipe Caspian, de C.S. Lewis, uma das crianças se encontra com Aslan, figura de Cristo nas histórias de Nárnia, depois de uma ausência prolongada.

– Aslan, você está maior – diz ela.

– Você é que ficou mais velha, minha pequena – ele responde

– Quer dizer que você não está maior?

– Não, não estou. Mas à medida que você crescer, vai me achar cada vez maior.”